“Velvet Buzzsaw” é um filme americano de 2020, do gênero terror satírico, dirigido e roteirizado por Dan Gilroy, com Jake Gyllenhaal, Billy Magnussen e Toni Collette.
Crítica à superficialidade dos museus, galerias e mídia especializada que trata da arte contemporânea, “Velvet Buzzsaw” é uma consciente obra de “terrir”, que mescla o terror e o humor como ferramenta para debochar desse universo.
Ambientada na badalada cidade de Los Angeles, nos Estados Unidos, a história acompanha principalmente o trio composto pelo crítico de arte popstar Morf Vandewalt (Jake Gyllenhaal); pela dona de galeria e assessora de artistas plásticos Rhodora Haze (Rene Russo) e pela assistente de Rhodora, Josephina (Zawe Ashton). Ocorre que Josephina tem a ambição de ser mais do que uma ajudante e vê uma oportunidade onde menos se esperaria que houvesse.
Longe das galerias, isolado em seu apartamento, um pintor produziu diversos quadros fortes e cheios de significado como válvula de escape para seus sentimentos, mas sem revelar seus trabalhos a ninguém. O personagem sequer chega a dar as caras, pois aparece morto ainda no primeiro ato, acometido de sabe-se lá o quê. Mas a porta entreaberta, o comentário de um dos proprietários do prédio e um gato deixado para trás levam a vizinha Josephina a visitar a morada do misterioso Vetril Dease, onde ela descobre o ateliê de um verdadeiro gênio.
O desejo final de Dease era que todas as suas obras fossem destruídas. Mas, para Josephina, o rico material será seu ingresso para uma vida nos bastidores e holofotes do mundo das artes. Assim que Rhodora Haze põe seus olhos sobre as peças, decide também tirar proveito do acervo. Morf Vandewalt tem uma reação parecida, de deslumbramento e admiração, sendo que o seu interesse passa a ser usar os trabalhos como um veículo para suas críticas. Todos eles têm objetivos próprios e pouco louváveis a respeito das obras, porém desconhecem as forças sobrenaturais que rondam o trabalho desse artista.
“Velvet Buzzsaw” é um daqueles filmes que gera uma sensação incômoda com o seu humor. Todos os personagens conhecem e interagem com naturalidade, mas eles dizem e fazem coisas desconcertantes ou espalhafatosas que parecem fora de lugar. Não é o tipo de comédia que gera gargalhadas, mas é capaz de divertir e até plantar alguns questionamentos e pensamentos interessantes no espectador.